sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Boeing 314 Clipper

 

Entre as duas grandes guerras, houve a primeira faze da aviação comercial. Nessa época a precariedade das pistas era insuficiente pata atender aeronaves de grande porte. Por isso muitas empresas optaram por usar hidroaviões. As décadas de 20 e 30 do século passado, foram consideradas a era dos hidroaviões. Nesses anos, havia uma grande dificuldade para a aviação comercial, de atravessar os oceanos. Embora já houvessem linhas aéreas, não era possível voar sem escalas, em alguns casos, as escalas eram feitas no mar, próximas a embarcações de apoio.

 

A Pan American, então uma das maiores empresas de voos internacionais do mundo, requisitou à Boeing uma aeronave de grande alcance e grande capacidade e conforto, preparada para travessia do Atlântico Norte com o mínimo de escalas, com intuito de competir com os grandes navios utilizados nessa rota. O avião substituiria o Martin M-130, que com grande número de escalas, tornava a viagem extremamente penosa e cansativa.

A Boeing desenvolveu um grande hidroavião, que se tornou um dos maiores aviões de sua época, o Boeing 314. Em 21 de julho de 1936, a Pan Am assinou um contrato para seis aeronaves. Os engenheiros aproveitaram a asa de 45,5 metros de evergadura do bombardeiro XB-15, e fizeram uma espaçosa fuselagem capaz de transportar 36 passageiros em voos noturnos, em poltronas que podiam ser convertidas em camas, ou até 68 passageiros em voos diurnos.

O Boeing 314 podia levar 16.100 litros de gasolina, o que permitia um alcance de 3.201 Milhas Náuticas (5.896 Km) em velocidade de cruzeiro com o teto de 11 mil pés, por ser aeronave não pressurizada.

 

Com voos tão longos, a Pan Am se preocupou em manter o máximo conforto dos passageiros. A passagem custava muito caro, US$ 675,00 de New York a Southampton, ida-e-volta, aproximadamente US$ 7.500,00 hoje. Para compensar o alto preço, o serviço oferecido era equivalente ao de um hotel 4 ou 5 estrelas, e havia uma sala de estar e um restaurante a bordo. Nenhuma aeronave na época tinha serviço parecido. Para isso, haviam nada menos que 9 tripulantes técnicos e 2 comissários eram necessários para cada voo, e todos deveriam ter grande experiência em voos de longa duração e navegação de longo curso.

  

O primeiro Boeing 314 entrou em serviço pela Pan Am em janeiro de 1939, na linha San Francisco - Hong Kong. A viagem durava 6 dias, só na ida. 

 
 
 
Quando os Estados Unidos foram forçados a entrar na Segunda Guerra Mundial, o Boeing 314 era o único avião no mundo capaz de voar quase 2.000 milhas náuticas sobre o mar. Isso tornou a aeronave importante do ponto de vista militar, e tanto a Marinha quanto o Exército americano requisitaram os aviões. As tripulações da Pan Am foram mantidas pelos militares, no entanto, devido à sua grande experiência em voos de longo curso sobre o mar.

Quando a Segunda Guerra Mundial acabou, em 1945, a era dos hidroaviões também havia chegado ao fim. Muitos aeroportos foram construídos durante a guerra, e os aviões baseados em terra havia se desenvolvido, tornando os grandes hidroaviões de apenas seis anos antes antiquados e obsoletos.

Dos 12 Boeing 314 fabricados, 3 foram perdidos em acidentes. Os sete 314 remanescentes da Pan Am foram vendidos para a nova empresa aérea New World Airways, mas tiveram carreira curta, sendo vendidos como sucata por volta de 1950. O último da frota, foi desmontado em 1951. Infelizmente, nenhum dos doze  Boeing 314 fabricados sobreviveu. Apenas um mock-up existe hoje, no Foynes Flying Boat Museum, em Foynes, na Irlanda, uma triste recordação da era na qual os hidroaviões reinaram.

Confiram o vídeo abaixo:



Fonte: culturaaeronautica.blogspot.com, Aviation History

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